quarta-feira, 27 de março de 2013

Livro #17 - Desejada, P.C. Cast


Título: Desejada (Goddess Summoning #2)
Autor(a): P.C. Cast
Editora: 1001 Mundos
Páginas: 352
Classificação: ★★★★★

Sinopse (Goodreads):
"Lina é proprietária de uma padaria Gourmet em Tulsa mas, infelizmente, o negócio não está a correr como esperado e ela precisa de um plano. Quando tropeça, acidentalmente, num livro de culinária italiana da deusa, Lina não consegue deixar de pensar que encontrou a solução para os problemas, mesmo que isso implique invocar uma deusa para salvar o seu negócio. Em breve, Lina encontra-se cara a cara com Deméter, que tem o seu próprio plano. Ela propõe que Lina troque a alma com Perséfone, a deusa da primavera, que irá dar uma nova vida à padaria. Em troca Lina terá que repor a ordem no submundo.

Depois de ocupar o corpo de encantadora Perséfone, Lina, cujos problemas eram massa azeda e segundos encontros, tem agora assuntos maiores em mãos, como levar a primavera ao mundo dos espíritos. Mas, quando o belo e perigoso Hades acende uma chama no seu coração, Linda não pode deixar de se interrogar se o senhor do submundo não será o homem dos seus sonhos…"

Opinião:
Antes de mais nada tenho de expressar a minha revolta contra a tradução do título do livro. Porquê "Desejada" em vez de "Deusa da Primavera", como é suposto ser o título original? Só o facto de envolver a Perséfone já faz todo o sentido ser "Deusa da Primavera", a opção por não adoptar esse nome perde logo metade do simbolismo do mito que envolve o mesmo.

Segundo, porquê escrever um livro em que usa como base o Mito do Rapto da Perséfone se logo no início se diz que o mesmo é falso? Eu, como estudante de Cultura Clássica e amante da Mitologia Grega, fiquei logo com ela atravessada. Penso que acharia muito mais interessante se Cast tivesse sido fiel ao mito. A verdade é que se esquecermos toda a mitologia que está por trás, o livro é engraçado. É básico e fácil de ler, mas é giro para o tipo de livro que é. O problema é que não faz parte das minhas competências como leitora esquecer o meu conhecimento (e mesmo quem não tem o conhecimento profundo da matéria) e ler um livro que usa esse conhecimento da forma errada só porque a autora decidiu deturpar tudo. Juro que gostava imenso de gostar mais do livro porque engracei com o Hades, mesmo que ele não estivesse ao nível do que eu imagino ser o Deus do Submundo, mas não consigo. E não consigo porque passei grande parte do tempo a pensar "OMG, isto não é assim!!! Porquê?! -_-" É que parece que a autora não tentou, de todo, fazer qualquer tipo de pesquisa e tentar conhecer melhor as coisas. Convenhamos os Deuses Gregos não são o Deus Cristão que é omnipotente e omnipresente. É por isso que Deméter não sabe que a filha Perséfone é raptada e que está com o Hades no Submundo. Por isso, o argumento que Deméter dá, que uma Deusa nunca deixaria que lhe roubassem a filha (acredito que seja verdade, uma mãe decente, mesmo que mortal, assim o diria), não é válida neste caso. E isso é algo que se sabe com um pequeno estudo sobre assunto. Os deuses são faliveis.

Achei imensa piada à comparação com o Batman, juro que sim. Mas uma vez tem piada, duas é engraçadote, mas o livro TODO sempre a compara-lo com o Batman, de uma forma ou de outra - ou com o Batman, em si, ou com o Bruce Wayne ou com o Val Kilmer, wtv - farta e não é pouco (para não falar que não entendo a opção da tradução de colocar Homem-Morcego em vez de Batman). Mas também há partes boas: o romance parece-me bem construido, as cenas eróticas estão muito bem descritas, e a apresentação do Submundo deixou-me maravilhada. Lindissimo.

Apesar de tudo até gostei do livro e acredito quem consiga esquecer os pequenos pormenores que a autora deturpa na historia possa achar o livro bem mais interessante e engraçado. Certamente é uma boa escolha para quem gosta de romances misturados com um pouco de fantasia. E obviamente muito melhor que o volume anterior.

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